4 de dezembro de 2008

...::: RS Entrevista - Cascadura

"Sem dúvida uma banda que por longo de sua carreira mostrou ao seu público a forma correta de fazer um rock de qualidade sem ganância."
- Bruno Ricci (Fã da banda)




Entrevistamos Fábio Cascadura fundador, cantor, guitarrista e compositor da banda Cascadura, ele conta um pouco da história da banda e qual foi a sensação de estar noVMB.


1 – Como a banda surgiu?


Em 1992, eu tinha 22 anos, tinha acabado de sair de uma experiência profissional muito frustrante. Eu tinha saído da Escola Técnica Federal da Bahia para trabalhar no Pólo Petroquímico de Camaçari. Tentei me convencer de que queria ficar lá, mas acabei me decepcionando e vendo que não seria feliz se não trabalhando com a música. Daí, aproveitei uma demissão em massa e fui pro olho da rua. Entrei num emprego que me dava mais liberdade de tempo, ganhando um terço do que ganhava na indústria petroquímica... Então chamei o Joe, que hoje toca com a Pitty, com quem eu já tinha formado uma banda na escola, chamada Os Feios. Nessa banda, também tocaram Rex e Morotó (hoje no Retrofoguetes) e Moskabilly – então ela foi o embrião de CASCADURA, Dead Billies e Retrofoguetes!... Pois é, chamei o Joe e falei que queria voltar a tocar. Tinha minhas músicas da época d’Os Feios (dentre as quais, “Sexta-Feira”, “A Verdadeira História do Dr. Cascadura” e “Telepatia”) e outras que vinha escrevendo. O Joe indicou dois caras: Marcelo Sarrafi e Marcos Oliveira (Paquinho). Foi assim que o CASCADURA começou.


2 – Qual o significado do nome Cascadura?


Bem, significado, mesmo, não tem... Antes de se chamar “A Verdadeira História do Dr. Cascadura”, essa música se chamava “HardCore”, exatamente porque fala de um cara que se apaixonava por uma atriz de filme pornô... Eu fui traduzir “HardCore” pro Português e deu nisso... O Dr. pusemos em homenagem ao Dr. Feelgood, uma banda inglesa dos 70's que influenciou a galera punk...

3 – O que anda escutando atualmente?


Eu tenho gostado cada vez mais das coisas aqui do Brasil. Acho que o rock brasileiro tem se mostrado mais criativo que o inglês ou o americano. Tenho escutado Relespública (o disco novo tá massa), Pessoas Invisíveis (eu escrevi o release de apresentação do CD deles e fico feliz demais com isso)... Tem umas músicas do Chuck Hipolyto, do Forgotten Boys, no MySpace, que eu acho sensacionais. E eu gosto de Ben Folds, Tim Christensen (um dinamarquês muito bom) e Paul Weller, ex-The Jam.


4 – De que forma avalia o cenário do rock atual?


Na Bahia? Acho que vivemos um momento de muita produção. Boas bandas, alguns espaços, que são poucos, mas que já têm uma estrutura melhor. A rádio não tem colaborado muito... Mas aí é outra história. Acho que Salvador vem conquistando espaço em diversas situações, logo haverá uma atenção ainda maior para os artistas de rock daqui, mas tem que ter paciência e muito esforço... Um esforço contínuo, saca? Nada vem de graça, rei... Gostei da iniciativa do Prêmio Bahia de Todos os Rocks, isso é uma mostra de que vamos nos cuidando cada vez mais... A hora é de produzir e divulgar mais.


5 – Recomenda alguma banda?

Várias! Vandex, Aguarraz, Pessoas Invisíveis, Matiz, Demoiselle e Vivendo do Ócio são as que vejo que têm muito potencial!
6 – Qual foi a sensação de tocar no VMB ao lado da cantora Pitty?


Tocar com a Pitty é sempre massa: reunião de amigos! Tudo correu muito bem. Ficamos bem felizes de termos participado, principalmente porque foi uma homenagem sincera e muito natural a uma das bandas mais importantes que já existiram aqui, em Salvador: a Úteros em Fúria! Vamos lembrar desse momento por toda a nossa vida... A Úteros é foda!


7 – Você tem um Fã Clube Oficial, qual o contato de vocês com os fãs?
Curioso que nosso fã-clube mais atuante seja de São Paulo. Eles são massa!


8 – Planos para o futuro

Nessa virada de ano, estamos finalizando um DVD. Será a última ação de divulgação do Bogary. Nesse DVD, a galera vai achar um documentário contando a história da criação, gravação e divulgação do Bogary. Tem depoimentos de gente como Pitty, Lobão, Nando Reis, Rodrigo Lima (Dead Fish) – muitos amigos que viram a nossa trajetória com o Bogary. Depois dele, vamos dar uma parada para preparar material novo para o próximo disco... Aí, é esperar e um abraço.




Quer conhecer um pouco mais do Cascadura? Acesse: http://www.fotolog.com/drcascadura