3 de outubro de 2011

Guns N Roses encerra o Rock In Rio (Parte II)

Portal MTV

Na segunda parte do último dia na cidade do rock, você confere o show das atrações mais esperadas! Pela primeira vez System Of A Down se apresenta no país e Guns N Roses mostra que ainda tem muito gás e sonzeira pela frente.

Depois do pulo o resumo das duas últimas apresentações...

System Of A Down (Foto Oficial do Rock In Rio)
System Of A Down - Guitarra, baixo, bateria e um vocalista. Foi isso que o público do Rock in Rio viu no show de aproximadamene uma hora e meia dos americanos do System of a Down na noite deste domingo (2). Sem efeito especial ou frescura alguma, a banda fez um dos mais aguardados e verdadeiros shows de rock do festival.

Este era um dos shows que os roqueiros brasileiros mais ansiavam ver desde o estouro do grupo. E a espera valeu muito a pena. Depois que caiu o pano gigante em que estava escrito o nome da banda, ouviu-se os primeiros acordes da guitarra de Daron Malakian tocando 'Prison' e o público foi ao delírio.

Com setlist idêntico ao apresentado em São Paulo neste sábado (1), a banda coesa e impecavelmente intensa tocou 28 músicas, que passaram pelos cinco discos da carreira, não deixando pra trás nenhum hit. Mesmo depois de horas de festival, o público não poupou energias para transformar a pista da Cidade do Rock em uma grande pista de pulos e pogos, com altos graus de intensidade no decorrer do show. Principalmente nas faixas 'Chop Suey',  'Bounce', 'Aerials', 'Cigaro' e 'Toxicity'.

System Of A Down (Foto Oficial do Rock In Rio)
Durante a apresentação, os integrantes da banda não pouparam tentativas, simples, de falar português, gritar "Rio de Janeiro", "Rio" e "Brasil". Sempre politizados, o vocalista Serj Tankian fez um breve discurso crítico contra o sistema capitalista mundial e alertou o público sobre ação negativa do ser humano e a degradação do meio ambiente.

Pra fechar, não faltou o clichê das bandas internacionais no Brasil, o vocalista Serj Tankian levantou uma bandeira do Brasil e despediu-se do show com um "Tchau, Brasil".

Depois da performance impecável, tudo bem, pode o clichê. Eles foram a penúltima atração da última noite de Rock in Rio 2011. Para fechar o festival, faltava apenas o show do Guns ‘n’ Roses, que agora teria a tarefa quase impossível de fazer um show mais apoteótico que o do System Of A Down.

Guns N Roses (Foto Oficial do Rock In Rio)
Guns N Roses - Não é por acaso que o homem que manda no Rock in Rio, Roberto Medina, diz que “fica sempre de olho nele”. Axl Rose provou no encerramento do Rock in Rio 2011, mesmo visivelmente fora de forma (não estamos falando apenas fisicamente) porque continua sendo um dos artistas mais improváveis da cena musical mundial.

Afinal, que outro artista perderia um voo fretado para o Rio de Janeiro, causaria boatos de cancelamento, atrasaria o show em 1h30 (deixando os fãs esperando na chuva), confundiria toda a imprensa com um set list de 36 músicas, das quais apenas 21 foram executadas, em ordem completamente diferente da divulgada, aliás, e, por fim, daria adeus às 5h05 da manhã? Isto é Axl Rose, este é o Guns N´Roses. Todo mundo já sabia disso.

O fato é que, alheio a todas estas polêmicas de atrasos, boatos e repertório fora de ordem, o fã da banda californiana formada nos anos 80 que veio à Cidade do Rock para matar as saudades do Guns N´Roses, mesmo com a chuva que castigou toda a apresentação, deixou o festival satisfeito com um apanhado de grandes sucessos da carreira do grupo.

Não ficou faltando nada: “Sweet Child O´Mine”, “November Rain”, “Paradise City” (mais uma vez a música de encerramento do show), e até mesmo a longa e saudosa “Estranged”, que não costuma constar no repertório da banda, estiveram presentes na apresentação mais longa da quarta edição brasileira do festival – com direito ainda a trechos solos de todos os integrantes.

Guns N Roses (Foto Oficial do Rock In Rio)
Com seu tradicional chapéu, além de uma capa de chuva no estilo fiscal de trânsito, toda amarela, Axl Rose subiu ao palco Mundo às 2h46 já de segunda-feira para sua quarta participação à frente dos Guns N´Roses no Rock in Rio (três edições brasileiras e uma européia). E a exemplo de suas apresentações no Brasil ano passado, o Guns deu o pontapé inicial com “Chinese Democracy” – do disco auto-intitulado, que demorou uma década para ficar pronto – seguida por “Welcome To The Jungle”, clássica de “Appetite For Destruction”, o primeiro sucesso comercial do disco mais bem sucedido do grupo.

Do mesmo disco veio “It´s So Easy”, emendada em “Mr. Brownstone”, músicas que compuseram o primeiro single dos californianos, lançado lá atrás, em 1987, antes mesmo de Appetite impressionar a crítica e o mundo da música. De “Sorry”, voltando ao “Chinese Democracy”, e passando por um solo do guitarrista Richard Fortus, chegamos a célebre “Live and Let Die” – também marcante na voz de Axl em sua já veterana versão de Paul McCartney.

Não demorou muito o grande momento apoteótico do Guns neste Rock in Rio Rio: após “Rocket” e “This I Love”, o competente DJ Ashba, que teima em ser igual a Slash, no estilo e figurino, empunhou sua guitarra para o solo inicial e marcante de “Sweet Child O´Mine”. Seria “chover no molhado”, sem trocadilhos, dizer que a plateia foi ao delírio. Ainda mais pela sequência da apresentação: “Estranged”, de Use Your Ilusion, é daquelas músicas longas que não apareciam no repertório de Axl há um bom tempo.